domingo, 26 de dezembro de 2004
Não me resta nada...
Não me resta nada, sinto não ter forças para lutar. É como morrer à sede no meio do mar e me afogar.
Sinto-me isolada, com tanta gente à minha volta, vocês não ouvem a minha revolta… Isto é mais forte do que eu pensei, por dentro sou uma mendiga, aparentando ser uma rainha.
Não sei do que fujo, mas esperança para que é que me resta?! É triste ser tão nova e já achar que a vida não presta.
As pernas tremem, o tempo passa, sinto o cansaço, o vento sopra…
Ao espelho vejo o fracasso que amanhece.
Alguém me diz para ter cuidado, vagueio sem destino, nem sei se estou acordada. O sorriso escasseia, hoje a tristeza é rainha. Não sei se a alma existe, mas sei que alguém feriu a minha.
Não há dia que não pergunte: Porque nasci?
Alguém me diga o que faço aqui, se dependesse de mim, teria ficado onde estava, onde não pensava, não existia nem chorava.
Olho para os lados e não vejo ninguém para me ajudar, um ombro para me apoiar, um sorriso para me animar…
Quem sou eu? Para onde vou? De onde vim? Alguém me diga por que me sinto assim.
Sinto que a culpa é minha mas não sei bem porquê. Sinto lágrimas nos olhos, mas ninguém as vê.
Estou farta de mim, farta daquilo que sou, farta daquilo que penso, mostra-me a saída deste abismo imenso.
Tento não me ir abaixo, mas não sou de ferro, quando penso que tudo vai passar, parece que mais me enterro.
Sinto uma nuvem cinzenta que me acompanha onde eu estiver…
A vida é uma grande merda, e depois, a morte, cada um com a sua sina, cada um com a sua sorte.
Não peço muito, não peço mais do que tenho direito. Olho para trás e analiso tudo o que tenho feito, mas quando errei foi a tentar fazer o bem…
Há-de surgir 1 raio no meio da porcaria, porque até um relógio parado está certo duas vezes por dia!
Vou aguentando, a esperança é a ultima a morrer neste jogo incerto cujo resultado não posso prever.
Pergunto-me se algum dia serei feliz……
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